quarta-feira, 27 de julho de 2011

A HISTÓRIA DA ESCULTURA

                                           

Escultura



                                Vénus de Milo, Louvre.        

                                       David de Michelangelo      

                                         Escultura Moderna


Considerada a terceira das artes clássicas, a escultura é a técnica de representar em relevo total ou parcial, objetos e seres através da reprodução de formas. Utiliza-se de materiais como gesso, pedra, madeira, resinas sintéticas, aço, ferro, mármore e das seguintes técnicas: cinzelação, fundição, moldagem ou a aglomeração de partículas para a criação de um objeto. Embora possam ser utilizadas para representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma, tradicionalmente o objetivo maior foi sempre representar o corpo humano, ou a divindade antropomórfica.   

                                                                                                                                     Cinzelação                             

                                                Fundição                    

                                              Modelagem
A escolha do material envolve a técnica utilizada. Novas técnicas como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com resinas, plásticos, materiais tridimensionais tem sido-empregadas.
Vários materiais se prestam a esta arte, uns mais perenes como o bronze ou o mármore, outros mais fáceis de trabalhar, como a argila, a cera ou a madeira.
         A escultura na Pré-História foi associada à magia e à religião. No período paleolítico, o objetivo era moldar animais e figuras humanas, geralmente femininas.





           A escultura, como é conhecida atualmente, surgiu no Oriente Médio, foi uma das últimas artes a serem desenvolvidas durante a Idade Média, talvez pelo apelo sensual.
          A Grécia Clássica é o berço ocidental da arte de esculpir, desde os seus primeiros artefatos em mármore ou bronze a partir do século 10 a.C., até o apogeu da era de Péricles, com as esculturas da Acrópole de Atenas. Posteriormente, os romanos aderiram à cultura clássica e continuaram a produzir esculturas até o fim do império, difundindo o trabalho em mármore por todo o império.




          Foi no Renascimento que a escultura se destacou, com a famosa estátua de Davi, de Michelangelo. Donatello e Verocchio foram outros mestres importantes do período. Entre os séculos XIX e XX, destacam-se os artistas Constantin Brancuse e August Rodin, dois mestres da escultura que influenciaram vários outros artistas.
Modernamente, novas técnicas, como dobra e solda de chapas metálicas, moldagens com resinas, betão armado ou plásticos, ou mesmo a utilização da luz coerente para dar uma sensação de tridimensionalidade, tem sido tentadas e só o tempo dirá quais serão perenes.









Através do tempo, algumas formas especificas de esculturas foram mais utilizadas que outras: O busto, espécie de retrato do poderoso da época; a estátua eqüestre, tipicamente mostrando um poderoso senhor em seu cavalo; Fontes de água, especialmente em Roma, para coroar seus fabulosos aquedutos e onde a água corrente tinha um papel a representar; estátua, representando uma pessoa ou um deus em forma antropomórfica; Alto ou Baixo-relevo, o modo de ilustrar uma história em pedra ou metal ; mobiliário, normalmente utilizado em jardins.





AS TÉCNICAS
As primeiras esculturas são predominantemente de pedra, argila e madeira. A técnica inicial da pedra lascada instigou o homem a criar alternativas, ao longo da história, para aperfeiçoar a elaboração de suas peças: num primeiro momento através da abrasão da areia e mais tarde através da criação de peças em cobre, bronze e ferro. A escolha de um material normalmente implica na técnica a se utilizar.

MODELAGEM
Na modelagem, as mãos do artista são o principal instrumento e os materiais mais comuns são a argila, a cera e o gesso. A modelagem nesses materiais é muito utilizada como um meio auxiliar do escultor para estudos prévios ou como base para as técnicas do vazado em metal, cimento ou plástico.
Para a modelagem em argila, o material é trabalhado ainda úmido e, dependendo da escala do objeto a ser modelado, pode ser fixado sobre suportes de madeira, arame, borracha, cortiça ou qualquer outro material não absorvente. No caso em que a própria argila é o material final para a realização da escultura, se utilizam as técnicas cerâmicas de cozimento. Essa técnica era utilizada por muitas culturas antigas – tais como a Suméria e a Chinesa – na elaboração de esculturas de Terracota (terra cozida).






TALHA EM MADEIRA
Considerada arte menor, a escultura em madeira oferece um desafio maior ao escultor para dar o naturalismo desejado à figuração, devido ao veios e nós da madeira e à precisão que deve ser trabalhada. Com isso, o uso do policromado (técnica de pintura à têmpera sobre base de gesso, aplicada na escultura em madeira) condicionou de forma decisiva a evolução da escultura em madeira. Essa técnica foi muito utilizada no Barroco brasileiro na confecção do imaginário (santos do pau oco). A técnica da talha consiste no desgaste de um tronco de madeira através do uso de instrumentos como o cinzel, serras, foices, machados, isovela e brocas. Geralmente, a madeira é trabalhada a partir de um único tronco que tem seu interior esvaziado para evitar problemas com a umidade. No acabamento final, a peça é lixada e polida.



                    Artesão  
                           

                                            Goivas e formões                   


                                              Talha

ESCULTURA EM PEDRA
A técnica, considerada nobre, consiste em desgastar um bloco de pedra com uso de cinzéis, martelos, pontas, bouchardes , puas, furadeiras e abrasivos. Na escultura em pedra os erros são irreparáveis e, para garantir o sucesso da sua confecção, se deve fazer um esboço em argila, gesso ou cera, com posterior maquete, que passará para o bloco de pedra através de um sistema chamado “ponteado”.






VAZADO EM BRONZE
Nessa técnica, o uso passa a ser industrial e não é mais só a mão do artista que dá origem às formas. É preciso criar moldes e a figura vai nascer do interior do molde, com a fundição do cobre em conjunto com o estanho, o zinco e o aço, em quantidades exatas, para se criar a liga apropriada de bronze. A fluidez dessa liga é o que dará características próprias a cada escultura.
O vazado em bronze, para esculturas tridimensionais pode ser feito de três formas: a fundição à cera perdida, o modelado e a galvanotipia.
A técnica da cera perdida consiste em construir um modelo em cera que é coberto por um molde de argila de uma única peça; depois, a cera é derretida e o espaço é preenchido com o bronze. A partir desse método, conhecido como direto, são realizadas peças maciças de menor porte.
O método indireto consiste em modelar em barro a figura e, a partir daí, criar um molde em gesso dividido em várias peças. O interior do molde em gesso é recoberto por uma fina camada de cera e o vazio preenchido por terra. Após essa etapa, desmonta-se o molde de gesso, que deixa descoberto o modelo de cera para ser retocado. Cobre-se então a peça com a argila – mantendo-se um sistema de canais de coado e respiradouros – que servirá de molde definitivo. O bronze então vertido, substitui a cera. Esse método permite que a peça tenha uma espessura variável e é utilizado na confecção de esculturas de grande porte.



O pensador de Rodhin


O boi de Wall Street


Na arte moderna o objetivo não é mais o naturalismo e, com isso, a escultura ganhou novas formas de expressão, possibilitando a pesquisa de novos materiais e o emprego diferenciado das técnicas tradicionais.
Uma descoberta inovadora foi a aplicação do concreto na escultura – uma mistura de cimento, areia e áridos (pó de pedra ou partículas de granito ou mármore, que proporcionam diferentes texturas ao concreto). O concreto pode ser trabalhado na modelagem ou nos vazados. Na modelagem o processo é semelhante àquele da argila, a diferença é a armação que deve se adequar ao peso e à forma da escultura. Os vazados são realizados com moldes de gesso, madeira ou formas, que recebem a massa homogeneizada e depois são cobertos com sacos molhados até que a peça endureça.
Na escultura em metal a evolução foi marcante após a Revolução Industrial. Os artistas passaram a utilizar diversos tipos de materiais: chapas de ferro, pregos, arames, chapas de aço, lata, latão, alumínio, ferro-velho, tubulações e até automóveis prensados. Tudo isso obriga a utilização de ferramentas industriais – soldagem, maçarico, rebitadoras, brocas elétricas, máquinas para corte e dobradura do metal. O artista pode pintar, disfarçar soldas, polir e oxidar suas peças em metal.
Outros materiais, como os plásticos e a celulose, foram utilizados inicialmente na escultura pelos Construtivistas, a partir da década de 20. Ainda hoje, os materiais plásticos, acrílicos e sintéticos constituem base de pesquisa de muitos artistas contemporâneos, coordenando-os com outros materiais ou simplesmente utilizando-se da sua plasticidade e textura.
A arte contemporânea oferece tal liberdade ao escultor na escolha das técnicas, que a própria técnica se confunde com o objeto artístico: a escultura hoje se utiliza de meios mecânicos, eletromagnéticos, fenômenos naturais e da própria estrutura física do ambiente onde a obra será instalada.










 




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